Já fazia alguns anos que eu vinha criticando essa mania de brasileiro só reclamar, dos absurdos na política, sem protestar como deveria. Mas enfim "o povo acordou"... agora só falta aprender a protestar direito.
Por enquanto, estão parecendo mais é com um bando de loucos desorientados brigando depois de descobrirem que os diretores do hospício também são loucos. Afinal, depois de descobrir que seus "cuidadores" são dementes, ladrões ou coisa parecida, qual seria a primeira atitude - ou a atitude mais sensata a ser tomada?
É claro que devemos continuar cobrando melhorias dos "diretores loucos e ladrões", enquanto eles ainda estão lá, mas não seria muito mais importante dar um jeito de TROCAR logo essa "diretoria" estragada? Ou, melhor ainda, que tal trocar todo o sistema do "hospício" e assim consertar tudo isso?
Para que todos entendam direitinho, imagina que você tenha ganhado um país inteiro; por herança ou sei lá que outra maldita sorte, você ganhou o comando de um país... Mas esse país é muito grande, com muitos estados, muitos milhões de habitantes, então você também ganharia o poder de escolher, entre dois grupos, qual deles formaria a equipe para te ajudar a organizar tudo, fazer as leis, comandar "teu país"... O primeiro grupo seria formado por ex-jogadores de futebol, ex-cantores, pagodeiros, ex-atores/atrizes, ex-policiais e um bando de outros aposentados, além de pastores da igreja Universal, bispos da Mundial, missionários do escambau (só para rimar). E no segundo grupo teríamos educadores, doutores, engenheiros, administradores, - todos especialistas nas áreas de educação, segurança, economia, transporte, saúde, gestão, - todos com currículos exemplares, todos brilhantes profissionais, comprovadamente experientes, talentosos e competentes...
Quem, em sã consciência, escolheria o primeiro grupo?!
(Imagem de João Spacca - Cartunista)
O problema é que você já tem esse país, nós já temos esse país, mas sempre escolhemos o pessoal do "primeiro grupo". Eleição após eleição, quem ganha é sempre um bando de incompetentes, vagabundos, oportunistas, esclerosados, gente que apela para a política - apenas como última opção para ganhar dinheiro. E nem é tanto por falta de gente boa, que acabamos escolhendo os ruins; é muito por falta de opção também, porque gente boa tem vergonha na cara, não tem coragem de se misturar a essa palhaçada que é e sempre foi o nosso cenário político.
É claro que sempre tem uma meia-dúzia de pessoas competentes (a exceção) e com coragem para juntar-se ao "circo", mas essas não podem fazer tudo sozinhas e - muito menos - podem acompanhadas pela maioria esmagadora de incompetentes, sangue-sugas e outras pragas que infestam o Congresso.
Então, em vez de ficar protestando por mil causas diferentes e com frases genéricas do tipo "muda Brasil" ou "chega de corrupção", por que não lutar só pelo que realmente importa e assim cortar o mal pela raiz? Não adianta nada, ou quase nada, ganhar centavos na passagem de ônibus, além de outras promessas, e deixar que na próxima eleição venha mais das mesmas porcarias para continuarmos errando eternamente em berço esplêndido... A raiz de quase todos os problemas políticos está nessa democracia burra, democracia doente.
Se até para varrer rua, é preciso conclusão do ensino médio, se para qualquer emprego sério, exigem diploma e/ou experiência, MEU DEUS, ME EXPLICA POR QUE - DO HOMEM QUE VAI FAZER AS LEIS - NINGUÉM EXIGE PORRA NENHUMA!!!
Que continue a democracia, que continue a participação do povo no governo, mas vamos começar a filtrar isso, vamos pegar só o melhor do povo, vamos dar boas opções para o povo votar. Chega de pastor, ex-jogador ou ex-sei-lá-o-que no plenário, chega de gente burra e despreparada, chega dessa história de o mais popular ganhar a eleição. Quem tem que ganhar é o mais competente e não o mais popular! 'Tem muita gente muito inteligente, gente brilhante, apta, capaz, idônea no meio do povo; não é porque a maioria do povo é de ignorantes, que temos que colocar ignorantes também para fazer as leis.
Enquanto continuarmos aceitando qualquer um pra candidato, para que qualquer um possa votar, nossas leis continuarão sendo feitas por qualquer um, e essa palhaçada não vai acabar. Se até do varredor de rua, exigem diploma, DEMOROU MUITO para começarmos a exigir O FUNDAMENTAL: exigir que o político não seja mais qualquer um - ou que, pelo menos, não seja mais um parasita ou um débil mental.
A política só vai ficar séria quando começarem a colocar gente séria lá. Então chega de circo eleitoral, chega de voto obrigatório, chega de candidato bizarro, - CONCURSO PÚBLICO* para quem quiser ser político daqui pra frente! E aí sim, mostrem a todos, pela televisão, A VIDA dos ganhadores desse concurso, para que a gente possa escolher entre os melhores. Horário eleitoral também ficaria bem menos nojento assim...
A maior dificuldade será convencer os políticos a mudar o que vai prejudicar a eles mesmos, mas já que "o povo acordou", espero que agora comece a protestar com mais objetividade, sabendo que o principal a ser mudado, na tal da reforma política, tem que ser decidido por nós. Porque se deixarmos para os atuais políticos decidirem, então não será reforma, serão remendos, e ninguém quer mais nada remendado, - a gente quer tudo novo, tudo limpo, tudo bem mudado.
Samuel da Costa
23/06/2013
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